
Meu primeiro dia de exercício no cargo estava marcado para segunda-feira, dia 25 de abril de 2005. Então, no domingo, dia 24 de abril, coloquei algumas mudas de roupa numa mochila, peguei os apetrechos de limpeza pessoal, coloquei no porta malas do carro e vim para São Paulo. Na ocasião eu não tinha amigos na cidade, nem tampouco onde morar, havia apenas reservado um quarto de hotel pela internet, com custo acessível.
Cheguei em São Paulo e pedi informações de como chegar ao tal hotel. Pra minha surpresa, era um pulgueiro que ficava próximo à Praça Julio Mesquita, vulgo "Cracolândia", não tinha como ficar ali, então decidi procurar outro lugar. Depois de horas rodando e quase voltando embora pra casa, encontrei um lugarzinho próximo à Praça da República, o local estava infestado por travestis, gays, lésbicas e garotos de programa, era um inferninho mas acabei ficando por ali mesmo.
Comecei a trabalhar no dia marcado, minha primeira semana atuei na Sede do Ministério Público Estadual na Rua Riachuelo, centro de São Paulo, sendo designado para exercer as minhas funções no Fórum Criminal da Barra Funda.
O ambiente de trabalho era excelente, os colegas muito bacanas e prestativos, porém tiravam sarro quando eu dizia que estava morando naquele inferninho, até então eu não conhecia a fama mas achava que São Paulo era assim mesmo...rs
Tive a oportunidade de conviver com pessoas muito interessantes e aprender muito sobre a vida pública, além de acompanhar de perto vários casos que ficaram famosos, como por exemplo assistir o julgamento do caso Richtofen.
Logo começou a bater o tédio da rotina, o trabalho deixou de ser novidade e comecei sentir necessidade de buscar novos desafios, ademais o salário era muito baixo e mal dava pra sobreviver com os elevados custos da Capital. Estava sobrando mês no final do salário!
Comecei a estudar novamente, mas meio sem ritmo ainda, prestei o concurso do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, até que fui bem mas português me pegou. Após sair o resultado verifiquei que fiz a mesma pontuação da pessoa que ficou em 4º lugar, porém fui desclassificado por não atingir o mínimo exigido em Lingua Portuguesa.
No concurso para Oficial de Promotoria, fui muito bem também, mas português me pegou novamente. Fiz 78,5 pontos, a nota de corte foi 84, não fui pra segunda fase. Estava decidido, tenho que estudar português, senão não passarei em um bom concurso.
Já era meados de 2006, saiu o edital para o Concurso de Técnico Administrativo do Ministério Público Federal, um belo cargo, ótimo salário. É esse que vou fazer!
A prova estava marcada para dia 11 de fevereiro de 2007, comecei a estudar no dia 02 de janeiro de 2007. Apesar de ainda nao me sentir seguro, pois a maioria da matéria eu nunca tinha visto, fiz a prova, fui super bem mas minha classificação ficou meio longe. Achava que não seria chamado e se fosse, demoraria um pouco.
Frustrações iam se acumulando e o dinheiro estava cada vez mais apertado. Aluguel subindo e alimentação cada vez mais cara.
Eu precisava fazer diferente se quisesse conseguir coisas grandes.
Li alguns artigos do William Douglas sobre metodologia de estudos. Analisei o que mais estava precisando e conclui que estudar com qualidade seria única chance de fazer frente aos candidatos tão bem preparados com quem tenho me deparado.
Procurei no Oráculo (Google) sobre cursos de memorização, mapas mentais e métodos mnemonicos.
Achei dois cursos de memorização gratuitos que fizeram toda a diferença. Um deles chama-se "Tempestade Mental": nos ensina como formatar nossa mente para organizar o conteúdo lido e estudado de forma simples e eficaz para que nos lembremos dele quando precisamos e sem muito esforço.
O outro chama-se "Sibernetyc Memory" - Memória Sibernética - este nos ensina técnicas de como resgatar o item que desejamos lembrar através da analogia. Acho que todos já viram, na televisão, aqueles caras que conseguem memorizar números de até 20, 30, 40 digitos. Tudo isso é técnica. Facim...
Após a prova do MPU, em fevereiro de 2007, me dediquei ao estudo dessas técnicas por 2 meses, até me inscrever para o concurso de Escrevente Técnico Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que seria realizado em 03 de junho de 2007.
Montei um cronograma de estudos numa cartolina que consistia em 8 semanas de estudos de forma que eu estudasse nas horas vagas no trabalho, durante o dia, as matérias que eu já dominava e durante a noite, média de 3 horas, as matérias mais difíceis. Esse cronograma estipulava uma rotina que me propiciava estudar ao menos 2 vezes a mesma matéria durante a semana. A repetição ajuda a fixação da matéria, porém é necessário dar tempo ao cérebro para que ele descanse e não fique saturado. Quando isso acontece, mude a matéria, mude o foco.
Nosso cérebro funciona misteriosamente. Existe a memória de curto e longo prazo. Toda matéria que você estuda fica na mamória de curto prazo e logo é esquecida, caso não haja uma fixação. Rever a mesma matéria 2 vezes na semana é uma boa dica, mas lembre-se: Reveja a matéria aplicando as técnicas de memorização. Depois de certo tempo você irá dominar a técnica e não precisará mais lembrar da matéria em si e sim da analogia que criou para ser usada como gancho e trazer à tona a informação que deseja, pois ela está lá, no seu cérebro.
Enfim, eram 387 cargos de escrevente disponíveis no edital. Com essa metodologia de estudos, passei em 1º lugar na lista especial de classificação e dentro do número de vagas na lista geral. Grande evolução, não é?
Posteriormente, em agosto e setembro, fiz os concursos de Escrevente para o interior do Estado de São Paulo e TRF3. Obtive 1º colocação novamente em escrevente e 7º de técnico no TRF3, ambos na lista especial.
Dia 19 de dezembro de 2007, tomei posse no Tribunal de Justiça da Capital como Escrevente Técnico Judiciário. A foto acima é da minha festa de despedida do MPSP, dia 18 de dezembro de 2007. Dia marcante e uma nova conquista na carreira.
Cheguei em São Paulo e pedi informações de como chegar ao tal hotel. Pra minha surpresa, era um pulgueiro que ficava próximo à Praça Julio Mesquita, vulgo "Cracolândia", não tinha como ficar ali, então decidi procurar outro lugar. Depois de horas rodando e quase voltando embora pra casa, encontrei um lugarzinho próximo à Praça da República, o local estava infestado por travestis, gays, lésbicas e garotos de programa, era um inferninho mas acabei ficando por ali mesmo.
Comecei a trabalhar no dia marcado, minha primeira semana atuei na Sede do Ministério Público Estadual na Rua Riachuelo, centro de São Paulo, sendo designado para exercer as minhas funções no Fórum Criminal da Barra Funda.
O ambiente de trabalho era excelente, os colegas muito bacanas e prestativos, porém tiravam sarro quando eu dizia que estava morando naquele inferninho, até então eu não conhecia a fama mas achava que São Paulo era assim mesmo...rs
Tive a oportunidade de conviver com pessoas muito interessantes e aprender muito sobre a vida pública, além de acompanhar de perto vários casos que ficaram famosos, como por exemplo assistir o julgamento do caso Richtofen.
Logo começou a bater o tédio da rotina, o trabalho deixou de ser novidade e comecei sentir necessidade de buscar novos desafios, ademais o salário era muito baixo e mal dava pra sobreviver com os elevados custos da Capital. Estava sobrando mês no final do salário!
Comecei a estudar novamente, mas meio sem ritmo ainda, prestei o concurso do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, até que fui bem mas português me pegou. Após sair o resultado verifiquei que fiz a mesma pontuação da pessoa que ficou em 4º lugar, porém fui desclassificado por não atingir o mínimo exigido em Lingua Portuguesa.
No concurso para Oficial de Promotoria, fui muito bem também, mas português me pegou novamente. Fiz 78,5 pontos, a nota de corte foi 84, não fui pra segunda fase. Estava decidido, tenho que estudar português, senão não passarei em um bom concurso.
Já era meados de 2006, saiu o edital para o Concurso de Técnico Administrativo do Ministério Público Federal, um belo cargo, ótimo salário. É esse que vou fazer!
A prova estava marcada para dia 11 de fevereiro de 2007, comecei a estudar no dia 02 de janeiro de 2007. Apesar de ainda nao me sentir seguro, pois a maioria da matéria eu nunca tinha visto, fiz a prova, fui super bem mas minha classificação ficou meio longe. Achava que não seria chamado e se fosse, demoraria um pouco.
Frustrações iam se acumulando e o dinheiro estava cada vez mais apertado. Aluguel subindo e alimentação cada vez mais cara.
Eu precisava fazer diferente se quisesse conseguir coisas grandes.
Li alguns artigos do William Douglas sobre metodologia de estudos. Analisei o que mais estava precisando e conclui que estudar com qualidade seria única chance de fazer frente aos candidatos tão bem preparados com quem tenho me deparado.
Procurei no Oráculo (Google) sobre cursos de memorização, mapas mentais e métodos mnemonicos.
Achei dois cursos de memorização gratuitos que fizeram toda a diferença. Um deles chama-se "Tempestade Mental": nos ensina como formatar nossa mente para organizar o conteúdo lido e estudado de forma simples e eficaz para que nos lembremos dele quando precisamos e sem muito esforço.
O outro chama-se "Sibernetyc Memory" - Memória Sibernética - este nos ensina técnicas de como resgatar o item que desejamos lembrar através da analogia. Acho que todos já viram, na televisão, aqueles caras que conseguem memorizar números de até 20, 30, 40 digitos. Tudo isso é técnica. Facim...
Após a prova do MPU, em fevereiro de 2007, me dediquei ao estudo dessas técnicas por 2 meses, até me inscrever para o concurso de Escrevente Técnico Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que seria realizado em 03 de junho de 2007.
Montei um cronograma de estudos numa cartolina que consistia em 8 semanas de estudos de forma que eu estudasse nas horas vagas no trabalho, durante o dia, as matérias que eu já dominava e durante a noite, média de 3 horas, as matérias mais difíceis. Esse cronograma estipulava uma rotina que me propiciava estudar ao menos 2 vezes a mesma matéria durante a semana. A repetição ajuda a fixação da matéria, porém é necessário dar tempo ao cérebro para que ele descanse e não fique saturado. Quando isso acontece, mude a matéria, mude o foco.
Nosso cérebro funciona misteriosamente. Existe a memória de curto e longo prazo. Toda matéria que você estuda fica na mamória de curto prazo e logo é esquecida, caso não haja uma fixação. Rever a mesma matéria 2 vezes na semana é uma boa dica, mas lembre-se: Reveja a matéria aplicando as técnicas de memorização. Depois de certo tempo você irá dominar a técnica e não precisará mais lembrar da matéria em si e sim da analogia que criou para ser usada como gancho e trazer à tona a informação que deseja, pois ela está lá, no seu cérebro.
Enfim, eram 387 cargos de escrevente disponíveis no edital. Com essa metodologia de estudos, passei em 1º lugar na lista especial de classificação e dentro do número de vagas na lista geral. Grande evolução, não é?
Posteriormente, em agosto e setembro, fiz os concursos de Escrevente para o interior do Estado de São Paulo e TRF3. Obtive 1º colocação novamente em escrevente e 7º de técnico no TRF3, ambos na lista especial.
Dia 19 de dezembro de 2007, tomei posse no Tribunal de Justiça da Capital como Escrevente Técnico Judiciário. A foto acima é da minha festa de despedida do MPSP, dia 18 de dezembro de 2007. Dia marcante e uma nova conquista na carreira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário